Cesarino Oliveira diz que não interferiu em sorteio
Após a divulgação dos primeiros confrontos da Copa do Brasil 2013, reações opostas nos clubes piauienses que participam da competição. Enquanto o Flamengo-PI comemora o fato de enfrentar o Santos de Neymar e espera gerar uma boa receita com bilheteria, o Parnahyba lamenta enfrentar o ABC, do Rio Grande do Norte. Apesar dos confrontos serem definidos por sorteio, especula-se que clubes e federações façam lobby junto à CBF para conseguir adversários segundo suas conveniências.
Antes da realização do sorteio para o chaveamento da Copa do Brasil, os dois clubes piauienses que participam da competição demonstraram interesse em enfrentar adversários fortes, capazes de gerar uma boa renda com bilheteria. Flamengo-PI e Parnahyba enviaram ofícios à Federação de Futebol do Piauí (FFP), que por sua vez os encaminhou para a CBF.
Segundo o presidente da FFP, Cesarino Oliveira, esta foi a única intervenção da Federação em torno do sorteio. Segundo ele, é natural que os dois times locais não tenham tido as expectativas correspondidas.
- O Flamengo-PI me enviou um ofício pedindo um adversário forte. O Parnahyba também fez o mesmo pedido, em alusão ao centenário, mas a gente não pode ter tudo o que quer. A CBF não pode agradar a todo mundo, atendendo os pedidos de todas as federações e de todos os clubes.
O desejo dos clubes piauienses em enfrentarem grandes clubes é explicado pelo interesse financeiro. Ao mesmo tempo que diminui consideravelmente às chances de classificação, a renda gerada em confrontos com esses clubes de grande visibilidade é suficiente para pagar meses de folha salarial.
Para citar um exemplo, em 2011 o Comercial-PI enfrentou o Palmeiras no Estádio Albertão. Como o time conseguiu levar a decisão para segundo jogo, em São Paulo, toda a renda da bilheteria ficou com o time de Campo Maior; um valor de R$ 230 mil. Para efeito de comparação, a folha salarial do Flamengo-PI hoje, uma das mais caras do estado, é de R$120 mil reais.
Flamengo-PI esperar lucrar com renda gerada pela vinda de Neymar e CIA (Foto: Lucas Baptista / Ag. Estado)
Os números explicam a decepção do Parnahyba, que vai enfrentar o ABC, clube que não deve atrair grande público aqui no Piauí. Cesarino Oliveira, no entanto, acredita que o clube pode aproveitar a oportunidade de pegar um adversário mais modesto e tentar passar de fase, conseguindo mais receita.
- O Parnahyba não está enxergando a possibilidade de vencer o ABC, passar de fase e, assim, ter uma renda maior, já que vai ter novas bilheterias e vai receber mais uma cota de TV.
Cesarino também ressalta que não houve nenhum tipo de lobby para trazer o Santos para o estado, e sim que a escolha aconteceu dentro dos critérios da CBF.
- Eu mesmo não fiz lobby para ninguém, e acredito que ninguém dos clubes, até porque quem trata com a CBF é a Federação. Eu nem poderia ter feito lobby, porque os dois filiados tem o mesmo valor dentro da FFP.
Este ano a Copa do Brasil passou por uma reformulação na sua estrutura e aumentou o número de times participantes, de 64 para 86. Desses, seis clubes vão entrar apenas na fase de oitavas-de-final, enquanto os outros 80 se enfrentam desde o início em confrontos eliminatórios de ida e volta.
O sorteio destes confrontos é regido por alguns critérios. O primeiro deles é o rankeamento dos clubes. Assim, na primeira fase, os 40 participantes mais bem classificados no ranking da CBF enfrentarão os 40 com classificação inferior. Além destes, outros critérios são considerados, como a capacidade dos times de sediarem jogos contra grandes clubes, entre outros.
Ainda assim, sempre especula-se nos bastidores que são feitas pequenas manobras para favorecer um time ou outro, conseguindo um adversário segundo a sua conveniência. Vários times grandes já disputaram a primeira fase da CB contra times do Piauí, o que foi atribuído não-oficialmente à relação estreita entre o ex-presidente da FFP, Lula Ferreira, e o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
reportegem de globoesporte.com
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